A respeito da matéria da contra capa da Zero Hora de hoje (15/5): Milei eleva rigor para turistas e imigrantes.
Milei e mais uma bravata lisérgica
As receitas do turismo internacional sofreram um impacto significativo em 2020 devido à pandemia. A queda no número de turistas internacionais, com uma redução de 900 milhões entre janeiro e outubro de 2020, resultou numa diminuição de 63% nas receitas de exportação do turismo no mundo. Esta queda representou perdas consideráveis para o setor, demonstrando a severidade da crise no turismo global. A situação piorou com a quase paralisação desde abril de 2020 e ainda uma queda de 61% em 2021. Aqui, com a licença do leitor, vou incluir os estudantes estrangeiros como turistas, como faz a Organização Mundial do Turismo. Para efeito de cálculo, inclusive porque o comportamento econômico do estudante estrangeiro é idêntico ao do turista. E não vou fazer referência à questão de imigração, porque isto não é turismo.
Os principais países afetados pela queda nas receitas do turismo internacional em 2020 incluem aqueles que dependem fortemente do turismo, como: Espanha, França, Itália, Turquia, México, Grécia e Egito.
Estes países tiveram uma drástica redução nas receitas devido às restrições de viagens, fechamentos de fronteiras e queda no fluxo de turistas internacionais. Países altamente dependentes do turismo de lazer, como Espanha, França e Itália, foram especialmente afetados.
Após a pandemia de 2020, a Argentina, que depende bastante do turismo internacional, enfrentou uma forte crise no setor. Em 2020, houve uma grande queda nas receitas do turismo internacional devido às restrições de viagens e fechamento de fronteiras. Como resultado, a receita de divisas do setor turístico caiu drasticamente, acompanhando a diminuição do número de turistas estrangeiros.
Em 2021, a recuperação começou lentamente, mas os números ainda estavam abaixo dos níveis pré-pandemia. A Argentina trabalhou em estratégias para estimular o turismo com campanhas de marketing e flexibilização das restrições, com investimentos absurdamente altos, mas a recuperação total foi gradual.
Crescimento do Turismo Argentino no Brasil:
A balança turística entre Brasil e Argentina tem mostrado crescimento significativo nos últimos anos, com a Argentina liderando, com pouca margem, o fluxo de turistas para o Brasil. No entanto, o turismo brasileiro na Argentina tem enfrentado desafios recentes.
A Argentina é o principal país emissor de turistas para o Brasil, com um aumento expressivo no número de visitantes. Em janeiro de 2025, houve um crescimento de 92% no número de argentinos que visitaram o Brasil em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo 870.318 turistas. Esse crescimento contribuiu para o recorde de chegadas de turistas internacionais no Brasil em janeiro de 2025, com um total de 1,4 milhão de visitantes. O fluxo inverso, do Brasil para Argentina foi em torno de 930.000 no mesmo período. Em ambos os casos, brasileiros e argentinos são os campeões de visitas – um ao país do outro.
Desafios para o Turismo Brasileiro na Argentina:
O turismo brasileiro na Argentina enfrenta queda recente, especialmente no primeiro semestre de 2025.
A valorização do peso argentino, a desvalorização do real e a liberalização de preços promovida pelo governo argentino têm contribuído para tornar a Argentina mais cara para os brasileiros. A queda do turismo brasileiro na Argentina foi de 20,3% em outubro de 2024 e de 42,8% em fevereiro de 2025, comparado aos mesmos meses do ano anterior.
Impacto da Balança Turística na Economia:
O turismo argentino no Brasil tem forte impacto na economia brasileira, com os turistas argentinos contribuindo para o crescimento do setor de serviços e hotelaria.
Em 2024, o turismo brasileiro alcançou um faturamento recorde de US$ 7,341 bilhões, impulsionado pelos gastos de turistas estrangeiros, incluindo os argentinos.
Apesar da queda recente no turismo brasileiro na Argentina, o Brasil continua a ser importante destino para os turistas argentinos, com o Rio Grande do Sul e a região Sul do Brasil como principais destinos.
Em reciprocidade comercial, a balança de turistas entre Brasil e Argentina sempre foi equilibrada, com raras variantes econômicas que orientaram a balança ora mais par um, ora mais pendente ao a outro. Ocorre que, nem sempre existe reciprocidade comercial. Dependendo de quem estiver no Governo, uma bravata como esta, prometida pelo Sr. Milei, Presidente da Argentina, eu diria “o maluco do plantão”, pode mudar o eixo direcional do fluxo de turistas que iam à Argentina e, agora, começam a mudar.